Quinta-feira, 29 de Agosto de 2013

Estão as florestas do meu país a arder. Cada vez que olho em volta, vejo as serras que compõem o meu meio ambiente e nelas fogo e fumo, a dever-se à incúria e ao crime. É contudo essa, a imagem real do país real, que sobrevive após os achaques políticos do grupo que nos governa, um país onde a terra também está queimada.

 

Ainda em modo stand by, típico da silly season, as notícias vêm e passam por mais graves que sejam, para contentamento dos mestres da estratégia comunicacional do governo, que mais não fazem que ignorar todos os abusos que cometem, perante uma comunicação social cercada e um país exausto.

 

E só nesse país exausto, com a terra queimada, consumida pelo devaneio ideológico, é que uma ministra das finanças se mantém no cargo apesar de não ser possível poder estar mais envolvida na contratação de swaps e governo e FMI levam as mãos por erros e enganos no cálculo de salários, que na opinião dos brilhantes economistas que ficarão no lado negro da nossa história, são ou eram muito elevados.

 

Depois de 30 de Setembro, quando a silly season terminar, far-se-á o rescaldo e avaliação de todos os incêndios.

 



publicado por Gabriel Carvalho às 14:16 | link do post | comentar

Domingo, 11 de Agosto de 2013

 

A memória do padre Max e da sua aluna e camarada Maria de Lurdes Correia não se desvaneceu. O envolvimento do cónego Melo nas suas mortes é tão provável que o PSD e o CDS-PP se abstiveram na votação para o eregimento desta pouca-vergonha proposta por um grupo de cidadãos revivalistas bacocos e apoiado pelo executivo da Câmara Municipal de Braga.


O Supremo Tribunal de Justiça outrora absolveu os suspeitos e arguidos - apesar da desconfiança e do desconforto da sentença pouco convincente - mas nunca esteve fora de questão o suporte moral do homenageado ao grupo de extrema-direita MDLP que alastrou o terror e o sangue por várias sedes de forças partidárias de esquerda e respectivos militantes.


O capital simbólico [Pierre Bourdieu] tem mais força do que pensamos e é demonstrativo dos tempos de retrocesso em que vivemos. A estátua não é de somenos; é uma exteriorização dos habitus que nos estão a ser incutidos intelectual e culturalmente por uma minoria económica que exterioriza o seu predomínio social através de inúmeros recursos.

Que se construam mil monumentos à socapa, que nenhum tem mais força que o imaginário daqueles que viveram ou estudaram Abril de 1974 e o percurso até aqui. 

 






 



publicado por Frederico Aleixo às 10:58 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 2 de Agosto de 2013

     "6. UMA POLÍTICA AO SERVIÇO DO POVO E DO PAÍS


     A política económica e financeira do novo Portugal democrático deve ter como objectivo servir o povo trabalhador e o País. Deve corresponder aos interesses e às aspirações de todas as camadas não monopolistas. Deve significar, não o enriquecimento de uma pequena minoria de exploradores à custa da miséria da esmagadora maioria da população, mas a elevação do nível de vida material e cultural de todo o povo português.

     A elevação do nível de vida da população não contraria a reanimação económica e o estabelecimento do reequilíbrio financeiro, conforme pretendem os arautos do capitalismo, mas, pelo contrário, constitui um factor estimulante e dinamizador da reanimação económica geral, do aumento da produção e do desenvolvimento numa dinâmica económica não capitalista.

     Os planos económicos do CDS e do PPD, baseados numa recuperação capitalista, agrária e imperialista e no agravamento das condições de vida dos trabalhadores, não conduziriam a uma reanimação económica, mas a uma séria depressão.

     O melhoramento das condições de vida do povo português não é só uma justa aspiração e um justo direito, mas uma característica inerente a uma política económica que corresponda às actuais estruturas da economia portuguesa, à formação não capitalista determinante e ao papel dos trabalhadores em todo o processo produtivo."

 

Álvaro Cunhal, A Revolução Portuguesa, o Passado e o Futuro, Edições Avante, 1976.



publicado por Rui Moreira às 23:40 | link do post | comentar

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