Regresso à escrita, profetizando.
Aqui fica uma pequena parte da minha própria narrativa.
«With great power comes great responsibility».
Quantos de nós reconhecem automaticamente esta frase batida e rebatida na saga comercial cinematográfica, e antes nos tão aclamados livros de BD, do "Homem Aranha", pela mão da Marvel Comics e pelas luzes de Sam Raimi.
Esta frase sempre me fez reflectir. É agradável. Tem o seu je ne sais quoi de heróica. Provoca em muitos que a pronunciam e citam um certo "orgulho", tantas e tantas vezes martelado pelo seu reverso.
O Poder traz, portanto, responsabilidades.
É inato ao homo sapiens sapiens o desejo de moldar e, em larga medida, de dominar, nem que tal resulte de uma terrível aparência libertadora e, simultaneamente, castradora, a sua vida, as circunstâncias sociais, políticas e, inclusive, físicas e metafísicas que o rodeiam.
Tudo meritório.
O incentivo à participação dos cidadãos, sobretudo na construção e qualificação da Democracia, quer pelo investimento na sociedade cívica, quer pela sagaz contribuição política ou prima facie em ambas, é algo que tod@s almejamos.
Contudo, há esta apurada "estranha" curiosidade e confronto.
O ser cívico anseia ser ouvido, modelar, que as coisas em geral sigam o que a sua brilhante mente profetiza.
Quando se atinge um patamar de poder ou Poder, estes anseios concretizam-se, mas surge a Responsabilidade. De Pensar, mesmo quando não apetece. De Agir concretamente sob pena de penalizações para o próprio e para os que lidera. De responder por consequências impensáveis. De saber como dizer sim, não e como ser capaz de equilibrar os pratos da balança contra o rumo do tempo.
Não é para tod@s. Tod@s correm atrás do poder, mas muitos, quando vêem próximo, tropeçam, recuam e regressam, num constante jogo de crianças.
Pessoalmente, pressiona-me (e impressiona-me) mais, muito mais, a segunda fase desta narrativa.
A Consciência.
Não, não se trata de um profundo tratado filosófico, paradoxal e "pleonásmico".
Há momentos na vida cívica e política em que a Consciência de se possuir as capacidades, as qualidades, as competências (tri-classificação não ingénua) essenciais, obriga a que se assuma um determinado Poder, sob pena da justa responsabilização pelas consequência do falhanço ou mero incumprimento do bem maior.
São as horas das mais dolorosas reflexões, em que os puros desejos, medos e dificuldades do ente batalham com a "missão" que ele não pediu, que lhe foi imposta.
Imposições conflituam com Liberdade, obviamente. Mas depois de impostas, firmadas e assentes, pese embora a sua natureza controversa e quiçá quase injusta, são novas restrições aos nossos direitos mais essenciais. Sobre a Consciência. Quem decide é a Consciência.
Essa tão peculiar responsabilidade "sem mais" da Consciência.
...
Consciência?!