Sussurram-nos aos ouvidos que esta crise irá durar uma geração. Poderá esta afirmação significar que, os actuais dirigentes, desistiram do país? Que a União Europeia desistiu da Europa? Que viverei 50 anos neste estado de excepção política, como vulgarmente lhe chamam?
As respostas a estas questões são, provavelmente, mais assustadoras que o prefixo de as colocar. E é por esse motivo que aqui evoco a Internacional Socialista, que continua a provar ser um vazio ideológico, ao estilo Papandreu. Que reacção estão os socialistas dispostos a empenhar contra a indigência que assola o mundo? Aparentemente, nenhuma. É então que surge, no mais triste hotel de Cascais, em sala composta de democratas e ditadores, entre resistentes e servis, um contundente "Não!" a toda aquela espectacularidade. Beatriz Talegón, Secretária-Geral da IUSY, trouxe ao momento o equilíbrio intelectual necessário, perguntando aos presentes, senhorios do discurso socialista, se faz sentido a defesa de um modelo de desenvolvimento acente no exemplo luxuoso de uma organização criada para defender a classe baixa e os trabalhadores. "O problema é de representatividade política", acrescentou mais tarde. O Sul da Europa atravessa uma crise que promoveu, só em Portugal, 200 mil desempregados no último ano. Para minha tristeza, a Internacional está em estado avançado de inutilidade. Por este motivo, o discurso de Beatriz é também a urgência de um novo método para os partidos socialistas se fazerem respeitar. Falta gente como a Beatriz, com coragem para estalar a elegância destes eventos.
A Internacional está na rua, segundo Papandreu. "Junto das pessoas, na rua", sublinhou. Eu ainda não a vi. Por isso reitero: onde está a Internacional Socialista? Onde estão os estadistas da Internacional? Uma, pelo menos, consigo identificar. Obrigado Beatriz.