Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2013

A reflexão sobre o tempo presente e o futuro que os acontecimentos desencadeiam, deveriam impor a sensatez, a governados e governantes. A mesma que leva alguns a lembrar o primado do direito à liberdade de expressão, no caso das interrupções às intervenções de Miguel Relvas, a quem é subtraído esse direito. Esse é um princípio inalienável a qualquer cidadão, estando ou não no exercício de funções públicas, e no caso é um membro de um governo eleito democraticamente.

 

Mas, e há sempre um mas, como em muitos casos há um se, esse direito entra em conflito com outros direitos, também e por enquanto inalienáveis, e entre eles o direito à manifestação e se quisermos o direito à resistência. Referido (mas não decretado) o Estado de excepção, para legitimar o confisco e retirar direitos de trabalho e à dignidade humana; não sendo proporcionado o direito de voto para a escolha de um novo governo – seguro apenas pela solidariedade que o exercício do poder proporciona ao grupo restrito solidário; e no âmbito dos órgãos que completam o Estado, haver um Tribunal Constitucional em falência, e falida a Presidência da República, resta legitimamente o direito à manifestação popular.

 

Pensar que a «Gândola, Vila Morena», com todo o seu significado, e as palavras de ordem se dirigem apenas ao “bode expiatório” Miguel Relvas e suas polémicas, é não compreender a dimensão da realidade, e como diz a canção Talkin’ Bout a Revolution, de Tracy Chapman:

 

Enquanto estão parados nas filas da segurança social

Chorando nos degraus das portas daqueles exércitos de salvação.

 

Perdendo o tempo nas filas dos desempregados

Sentados ali à espera de uma promoção.

 

Não sabes?

Que estão a falar de uma revolução?

E soa como um murmúrio.

 

 



publicado por Gabriel Carvalho às 15:41 | link do post | comentar

1 comentário:
De:
Anónimo

Data:
7 de Março de 2013 às 00:20


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