decretai-lhes à insânia os murais de um deus menor
travai estes errantes, ó feudos do pensar
ditem tirania dívida putrefacção e dor
lavai até seus uivos com amarras no fundo deste mar
melodia subversiva entre punhos cerrados
uníssono metálico de revolta na forja
julgai esta ofensiva matilha de profanos
lembrai-lhes respeito e servidão à corja
dai-lhes côdea água e bafiento pedaço
e nunca, nunca os deixeis lembrar
que entre eles não faz tempo ou espaço
apenas sangue e alma a germinar
uma casta sem silêncio ou medo
de quem nada tem e tudo sangrou
a maré de revolta o grito do penedo
"Irmãos, unidos!", e ecoou...
*Poema da minha autoria e fotografia da Ana Mendes.