Os números apenas são matéria dos que pensam controlar, no reduto da sua insignificância.
Sob o signo da poesia, saiu uma vez mais à rua uma sociedade, consciente da razão histórica antiga e presente, a azinheira que já não sabia a sua idade. Dispondo das armas do corpo (A Terceira Miséria, Hélia Correia), que são a voz e o pensamento, age sabendo quem mais ordena. Sob o signo da poesia, um poema:
Grandolando sem cessar,
Empunhando na voz firme
A justa palavra certa,
Certeira arma aberta
Na direcção daqueles,
A quem é preciso lembrar,
Do povo que guardando
Não mais esquece,
Ter fundeada no peito
A razão de grandolar.