A privacidade das contas bancárias dos ricos é sacrossanta, mas a privacidade dos apoios sociais dos pobres não tem qualquer importância.
A direita, sempre tão lesta a defender o direito à privacidade e a presunção da inocência e da honra dos titulares de chorudas contas bancárias, pretende “divulgar a identidade dos beneficiários de habitação social” com “uma proposta de lei nesse sentido, aprovada em Conselho de Ministros e entregue no Parlamento para discussão”.
Seria caso para dizer que têm dois pesos e duas medidas, mas não. Podem ter duas (ou mais) medidas mas a ponderação é sempre a mesma: a defesa dos interesses dos ricos e poderosos.
Old news portanto…
Foi hoje noticiada esta pérola. O objectivo destas notícias muito rápidas e mal explicadas é criar na opinião pública um efeito de descontentamento relativamente à gestão de recursos públicos, nomeadamento no Serviço Nacional de Saúde.
Em matéria de direitos fundamentais convém referir, à partida, que o Governo mente compulsivamente e é perito na arte de artificiar, criando a sua própria verdade. Assim tem sido na apresentada cartilha de sobredimensionamento da Administração Pública com vista à redução de pessoal nas diferentes áreas, assim tem sido também na cartilha de excessos e luxos para os quais os portugueses nunca tiveram possibilidade e sempre conseguiram obter. Esta última ridicularia demonstra a mais débil das estratégias para resolver qualquer problema do país: atribuir a dívida aos portugueses e, consequentemente, reduzir-lhes os salários. Para além de débil, firma-se na mentira.
No que diz respeito à notícia que supracitei, mais uma vez surge a tentativa de rotular e corroer o sistema. Vejamos:
- No Orçamento Geral do Estado para o ano de 2012, estes são os valores afectos à actividade do Ministério da Saúde:
Pela decência e dignidade dos portugueses, pelos direitos consagrados, pela soberania e pela Pátria, contra a agiotagem da Troika, contra o terrorismo social do Governo e contra a inoperância das instituições europeias.