«A experiência passada mostrou como a falta de cuidado por este laço de fraternidade, que deve existir entre os operários de diferentes países e incitá-los a permanecer firmemente ao lado uns dos outros em toda a sua luta pela emancipação, será castigada pela derrota comum dos seus esforços incoerentes. Este pensamento incitou os operários de diferentes países, congregados em 28 de Setembro de 1864 numa reunião pública em St. Martin's Hall, a fundar a Associação Internacional».
Karl Marx
Extracto da Mensagem Inaugural ao 1.º Congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores, em 1864
Fonte: . Obras Escolhidas em três tomos, Editorial "Avante!", tomo II, pág: 5-13.
Tradução: José BARATA-MOURA (Publicado segundo o texto do folheto original. Traduzido do inglês.).
Site: http://www.marxists.org/portugues/marx/1864/10/27.htm
A experiência, a realidade e o materialismo devem nortear a procura por soluções alternativas que resultem na configuração de um novo modelo social e económico da existência humana. A opressão e a injustiça social devem ser combatidas a larga escala e em toda a sua magnitude. Os grandes paradigmas que se querem absolutos como o capitalismo e o sistema actual das relações internacionais devem ser colocados em causa. Por esta razão quis relembrar este excerto da mensagem inaugural de Karl Marx ao Primeiro Congresso da AIT. Com efeito, a crise económica não começou em 2008 e as vítimas dos "livres-mercados" enfeudados em poucas e poderosas corporações não são recentes apesar do celeuma ter vindo a crescer com o agravamento da situação laboral vivida um pouco por todo o mundo.
O momento é excepcional e presta-se a entendimentos e consensos apesar das diferenças doutrinárias que persistem na esquerda. Os amanhãs que cantam não são para amanhã mas também não devem ser renegados para um ontem que se quer infantilizado por diversos sectores da sociedade. Mais dia, menos dia a diferença entre capital e trabalho terá de ser suprimida pelo segundo em nome da sobrevivência mundial. Quando houver pão e água que necessitem da aprovação dos mercados para serem disponibilizados, o momento crítico chegará. Cabe aos cidadãos e cidadãs comuns tentar assegurar a alternativa o mais depressa possível.
O Socialismo deve sempre ser a meta. Um objectivo só conseguido se ultrapassado o seu antecessor, dado que este tal como o seu antagonista são paradigmas económicos sistémicos e nenhum funciona em isolamento. Portanto, o que se pede não é uma anti-globalização mas uma alter-globalização. Não se pede igualmente um nacionalismo, mas um outro internacionalismo. Também não se exige a unificação de correntes doutrinárias porque a crítica deve sempre estar presente. O que realmente se procura é um internacionalismo de esquerda, das pessoas para as pessoas; um internacionalismo que una trabalhadores e trabalhadoras. Um espaço de diálogo e estratégias comuns a serem desenvolvidas não só dentro das fronteiras dos países como numa visão abrangente. Numa visão socialista.
(retrato da Primeira Internacional)