O Governo nunca se relacionou de boa fé com os professores. Se o tivesse feito, não apresentaria as insensatas medidas que visam o despedimento colectivo e a destruição de lares através da mobilidade. Se optasse por negociações sérias, teria evitado a difusão de diferentes versões das reuniões na comunicação social. Na defesa dos interesses dos alunos, o Governo devia ter alterado a data do exame. Nada disto fez. Limitou-se a gerir o tempo para descredibilizar os sindicatos e manipular a opinião pública. O Governo preferiu prejudicar os alunos a possibilitar-lhes a realização estável dos seus exames. Mais grave ainda, é ler-se na comunicação social que a corporação dos professores "vive atrelada ao orçamento de estado". É a velha diferença do investimento vs despesa, mas não só; é também uma concepção neofascista. Não gostam de greves nem querem uma população educada. Pois é, as greves obrigaram à subida de salários e à redistribuição, a educação afastou-os do poder. Eles voltam sempre e nós reagiremos sempre.