Os tempos devem ter mudado muito, para que um segurança pessoal do primeiro-ministro tenha agido, dentro de uma faculdade, como agente de autoridade, obrigadando a polícia de segurança pública a identificar um aluno que se exprimiu livremente no único lugar do país onde nem sempre a autoridade do Estado se exercia, virtude da autonomia histórica das Universidades na Europa.
Os tempos devem ter mudado mesmo muito para que esta nova 'polícia' sem corpo legal, agindo em nome próprio, irrompa dentro de uma faculdade contra tudo o que transpira liberdade: um jovem descontente e com dúvidas, um jornalista trabalhando. O ISCSP que tem uma bela história de resistência com o Professor Adriano Moreira ao lado dos alunos ainda antes do 25 de Abril, viu-se hoje manchado por uma direcção acobardada e subserviente ao poder político, mesmo que este seja o responsável directo pela decadência da Universidade Portuguesa em geral e pela desonra do ISCSP em particular.
Um jovem em fúria, mesmo sozinho, podendo provocar muito dano, pode facilmente ser controlado. Já uma Juventude em Marcha...