Outro dia, num jantar entre amigos discutiam-se alguns temas da atualidade. Da política, à resposta a alguns dos problemas do país, à invenção de uma medida que qualifique a designação de alguém na sua pertença à esquerda. No saudável uso do contraditório como método de debate, contrapôs-se entre os convivas, a triste sina, a inevitabilidade dos tempos e das soluções como contra-argumento, o fim da capacidade de sonhar, e esse duro muro inultrapassável para os jovens. O mundo está assim, ajustemo-nos. Se estivessemos com João Cabral de Melo Neto à mesa, este nos diria que é a "educação pela pedra", como no Sertão.
Recordando a conversa, apetece-me voltar a argumentar, desta feita com uma foto de agosto de 1975. Nela estão François Mitterand, Yitzak Rabin, Willy Brandt, Mário Soares, Olof Palme e Harold Wilson, reunidos pelos ideias e a ação, e são o exemplo da transformação das vontades em sonhos concretizados, pela via - imagine-se -, da política e da crença na alteração da condição de onde parte o Homem.