Vivo constantemente com a sensação de que é sempre possível viver num melhor e mais perfeito Estado democrático, numa melhor e mais perfeita república, aliás, julgo que o republicanismo também implica essa inconformidade, esse incomodo, essa busca, e portanto, nada melhor do que evocar o lamentável Presidente da República que temos, e ainda mais, os aspetos que me levam ao incomodo, à inconformidade, e a vontade que desapareça do lugar que ocupa, para novamente escolhermos. Considero que o atual ocupante do Palácio de Belém é uma degenerescência do regime democrático, no seu caráter de imperfeição - como diria Churchill -, isto apesar de resultar da escolha popular democrática. Alguém que teima em considerar-se a si e aos seus acima dos cargos que ocupam, e de afirmar tacitamente que chegou ontem, não serve a República e está longe de a considerar. Que desocupe o lugar é o meu desejo para este dia de aniversário da República.
Eça faria dele uma personagem menor nos seus romances, e a caricatura de uma certa classe do país, Bordalo Pinheiro poria a arte das Caldas e a imagética caricaturista no bom ofício da crítica social. Nem precisaríamos de um qualquer artista de Barcelos, que em vez de se ocupar de galos em barro, contribui, provavelmente por desconhecimento e falta de informação, para a promoção de quase 50 anos de um tempo que nunca pertenceu à República! Viva a República!