A expressão do 'nacional-parolismo' hoje no Expresso.
Esta coisa que nos ficou de querermos conhecer a visão do estrangeiro sobre nós (envergonhar-nos-íamos do que se lê na literatura de viagem dos séculos XVIII a XX) deu-nos para considerarmos como mais douta a opinião do outro sobre nós próprios do que aquilo que consideramos correcto e justo sobre o nosso destino. Se cai uma ponte, corremos a ver o que diz a Europa e não é sem um certo 'contentamento mórbido' que nos sabemos notícia.
Acontece que, mercê dos tempos em que vivemos, e não bastando a expressão da reacção lusitana e da oposição à oposição da oposição; auxilia-se a 'Informação' do que se diz em "Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!". Estes reforços que a minoria víncula (ora com pedidos expressos à la carte, ora com opiniões comprometidas com o bom sucesso das armas da city sobre as de Portugal nas urnas) servem para mais do mesmo: ensinar-nos paternalmente o que devemos fazer e o que devemos pensar, porque essa coisa da democracia é sempre boa enquanto não for inconveniente... Com quem manda, certamente, mas foi para isso que votamos assim.
José António Borges